um pouco de calendário
ainda paira sobre
as coisas: no cochilo
da velha amendoeira
por exemplo
alheia ao ir e vir das estações
na placidez dos móveis da sala
no descanso dos motores
e dos eletrodomésticos
na poeira
de um retrato velando
sobre o criado-mudo
um tempo que não volta mais
no cheiro da comida
que se faz para quemhá de partir
*
leia também aqui
poema do livro cartilha, disponível aqui