ponte


Meio caminho andado, não
se divisa daqui coisa alguma.

E a única pedra é esta
que se carrega nos ombros,
fardo ancestral.

Seu atrito sobre as costas
é às vezes o bafo da morte
arrepiando a nuca.

Um dia, amanhã talvez
ou daqui a cem anos
rolará a pedra, peso morto.

E sobre aquela pedra
se erguerá este caminho.




Um comentário:

Luciana Moraes disse...

A pedra no meio do caminho
Ossos
tortos
das costas
Sem se debater
Cai uma lasc
a
Logo se vê:
Foi-se um corpo

Desde então, músculos
Se d i s t e n d e m
Não morremos
Mas o peso morto, sim