O mundo acabou de repente.
Só restaram este quarto
e o pequeno banheiro ao lado
convertidos em bunker.
Sou o último homem
e me inicio sozinho
com o meu corpo
nesta manhã perdida.
O telefone não toca.
Há dias não chove
porque o mundo acabou.
Os rios finalmente
pararam de correr e suspeito
que o mar também tenha
recolhido suas ondas.
A esperança dos homens
foi tolhida novamente
pela linha do horizonte.
O mundo acabou. Os tigres
invadiram as bibliotecas
me disseram. Nenhum
copista. Nenhum álbum
de fotografias.
Nenhuma árvore
pra contar história.
Mas ainda ouve-se
os pássaros lá fora.
4 comentários:
ah bom, ufa!
quando o mundo acaba é bom sobreviver nos pássaros lá fora,
não?
(também gostei muito do poema sobre ausência)
João,já virei sua fã. Você tem um talento fabuloso. Parabéns!
;)
Gostei daqui... :)
Voltarei mais vezes para ver as novidades!
Beijo,João!
Todo dia é Big Bang para alguém, não?
Ótimos seus escritos, passarei mais por aqui.
Abraços!
ps: é o Gilberto, da PUC. Esta é a minha outra existência.
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