era em junho
de um ano qualquer
um rosário de fogueiras
se estendia
na infinita rua
que tinha fim
era em junho
num daqueles dias
em que o macadame parecia
saltar
por entre as estrelas
que os meninos faziam
soltar
dos seus dedos
era em junho
numa pequena rua
infinita

*

poema do livro cartilha, disponível aqui



2 comentários:

Anônimo disse...

eu não sei bem porque, mas minhas memórias pueris parecem ser constantemente habitadas por essas pequenas ruas infinitas.
(ainda estou estarrecida com você conhecer a crônica)

Anônimo disse...

das poucas coisas que minha avó me deixou, ganhei o "Reunião", do Drummond, onde anotações sentimentais dela se mesclam com referências acadêmicas feitas por minha mãe, que, na época, era estudante de letras. não tenho esse apego todo à matérias de jornal ou à persona de drummond, mas juro que esse livro é uma das coisas mais preciosas que eu tenho.
(hahaha, eu guardo tanta matéria de jornal, aliás, e sobre tanta coisa aleatória, que acho que meu lado "jornalista" já está super desenvolvido, então!)