um pouco de calendário
ainda paira sobre
as coisas: no cochilo
da velha amendoeira
por exemplo
alheia ao ir e vir das estações
na placidez dos móveis da sala
no descanso dos motores
e dos eletrodomésticos
na poeira
de um retrato velando
sobre o criado-mudo
um tempo que não volta mais
no cheiro da comida
que se faz para quem
há de partir

*

leia também aqui
poema do livro cartilha, disponível aqui



Um comentário:

vanessacamposrocha disse...

o tempo pairando por todo lugar!
adorei!