à deriva

1.
o poema respira
inútil mensagem
boiando
no meio de um oceano
de possibilidades
entre os cheiros
de grafite e cal
sensação de maré
e cais

2.
a mão escrevera
pássaro
e um corpo tênue
atravessou o pulso
construindo itinerários
a mão
escrevera escafandro
e agora abre caminho
entre cardumes braços
de mar e mangue

3.
posso sentir
o gosto de musgo
nos lábios
fosca carne de peixe
dentro da concha
dos dentes




Um comentário:

Lázara papandrea disse...

Um poema maravilhoso! Para ler e reler. Abraços