Nenhuma tempestade no céu
no mar ou num copo d'água.
O corpo percorre quintais, corre-
dores, salas, avenidas
e acuado aguarda uma tarde
que já não arde mais: distante
anterior à noite — silenciosa
fria, subterrânea. E a madrugada
espreita acima da copa
da árvores, rasante: morcego
acordado, cego, rascante.
Parado, meu sangue espera.



2 comentários:

Bruno de Abreu disse...

ainda sobre o outro poema, achei ontem uma coisa que o Eliot disse, que escrever não é expressão da personalidade, mas é um liberta-se dela!

Felipe S. disse...

Oi Jõao passo aqui para agradecer suas palavras em meu blog. Fico muito feliz que esses versos ecoem, reverberem e cresçam... Apareça sempre!! Sinceramente gostei muito desse seu poema também... Que surpresa boa!! Abraço